sexta-feira, 26 de abril de 2013

Gritos na Noite


[Matheus Marraschi]

Segue abaixo uma narrativa para os fãs do horror fantástico (meu gênero favorito).
Ps. Confiram o tema! Garanto que vale muito a pena.


(...)

"Gritos na Noite"
Tema: http://migre.me/ehqaQ

O sangue contrasta com a escuridão noturna em Llanwelly (País de Gales). A pequena cidade, escondida na península da Grã-Bretanha, sofria o terror do desconhecido. As autoridades tornaram obrigatório o toque de recolher até que a situação fosse mantida sobre controle. Os que ousassem desrespeitá-lo sofreriam o severo rigor da lei. Mas a lei não era a responsável por conter a gula dos boêmios, e sim, o medo. Este famoso receio por se sentir ameaçado fisicamente e psicologicamente.

Um influente jornalista da capital (Cardiff) quebrou sua imparcialidade, destacando o caso como provocado por lobos oriundos das colinas próximas à cidade de Llanwelly. Porém, apesar da descrença dos mais céticos, muitos dizeres ressaltavam a criatura como o híbrido de lobo com um homem. Algumas lendas de tradições européias ressaltavam a criatura como um ser tomado por uma besta, cuja vontade de caçar é saciada nas noites de lua cheia.

Os poucos que dizem tê-lo visto, não viram mais do que vultos, sombras, olhos sintilantes na escuridão ou sua pelugem enegrecida rastejando com velocidade pelos becos. Nas noites solitárias e sombrias, apenas os pontos luminosos das lanternas dos guardas dançam no breu. As brumas de inverno percorrem as ruas de paralelepípedos como um rio de almas, e o silêncio perturbador é quebrado, tão-somente, pelos gritos afogados em sangue. Presas de um ser inconcebível pela ciência ‘moderna’.

A última vítima encontrada foi a prostituta Katherine Smith. Seu corpo foi encontrado de forma deplorável em um beco, jogado numa mistura nojenta de urina, merda e sangue. Nem mesmo o médico legista mais descrente de Llanwelly teria coragem de descrever aquela atrocidade como o ato de simples lobos das colinas. Dúvida e terror se entrelaçam na mente dos locais, que se privam da liberdade em seus lares. Verdadeiros prisioneiros do medo.

Mais uma vez seu uivo aterrorizante ecoa pela cidade afundada em trevas. Esta é a sirene da agonia anunciando mais uma noite manchada a sangue.

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