quarta-feira, 3 de abril de 2013

O que seria um bom background?




Todo bom livro de RPG traz uma sessão especifica sobre o assunto, passando dicas de como melhor a bagagem do seu personagem para que ele não seja apenas um amontoado de pontos em combos sem valor narrativo. Quando você conhece o jogo, aprende a como  preencher uma ficha de acordo com o sistema adotado e aí, você monta o seu "boneco". Para ele ganhar vida, você terá que criar algo que tradicionalmente, chamamos de background, aí sim, ele vira um personagem.

O background é a história do seu personagem, o elemento narrativo que irá inseri-lo no mundo de campanha do mestre. Normalmente criamos uma história do passado dele, até o momento em que o mestre incia a história. Essa história normalmente é feita com começo, meio e fim ou respondendo perguntas de litas concedidas por manuais oficiais do jogo. Alguns focam mais na personalidade, maneirismos e relação do personagem com o ambiente. Cada um tem a sua forma preferida e na verdade, não existe uma fórmula única, porém você deve se atear ao que é essencial e evitar excesso de informação que pouco ou nada contribui para o histórico da sua criação.

Tenha em mente o mais importante que todo personagem deve ter, independente de qual seja, todos precisam ter uma motivação! Parece óbvio, mas o que vejo na prática é o preenchimento de fichas com foco em combos imbatíveis, algumas vezes, similar ao preenchimento de um relatório técnico. O resultado disso são personagens ocos e chatos que contribuem para campanhas desinteressantes ( quem faz o jogo não é apenas o mestre, mas os jogadores também!) Então, lembre-se: Motivação!

Tendo como base as motivações, pense em outros fatores, sem se sentir obrigado a responder todas as perguntas como se fosse um senso do IBGE. A intenção sempre será unir os elementos certos para construir algo único. Além da história, temos o jeito de falar, maneirismos, formas de pensar, expressões corporais, passatempos, doenças, traumas...A lista é longa! Cabe a você unir os elementos que achar necessário, conte tudo aquilo que é importante, evitando o dispensável.

Exemplo 1: Eldon Garret é originário de um plano chamado Faesis, clérigo da deusa da magia e protetor da sua comunidade. O seu plano sofreu uma invasão terrível de insanidades monstruosas que estavam dizimando a sua terra natal, além de outros seres, na verdade, tudo o que fosse vivo, e sem perspectivas de salvação. Orou a sua divindade por uma solução, mas nem mesmo ela tinha poder suficiente para deter aquelas coisas, então deu uma opção a Eldon: " Fuja, eu te darei os subsídios necessários para você salvar o seu povo.- Eu nao posso deixar a minha terra natal...e a minha deusa...o que será da senhora?- Apenas fuja, isso não é um pedido, é uma ordem!".  E entregou itens mágicos que poderiam ser úteis ao Halflings. Atualmente ele está transportando o que resta do seu povo para o Omniverso e tem a triste visão do seu mundo decadente e ruindo, rumando a extinção total, sempre que vai lá resgatar mais companheiros. Na maior parte do tempo é simpático, mas quando fala de questões relacionadas ao seu povo, age em um misto de impotência e arrependimento.

Exemplo 2: O meu personagem é um agente do FBI aposentado que dá consultoria a policia nas horas vagas. Foi aposentado, depois de quase morrer em um caso envolvendo a captura de um serial Killers que só matava loiras. Os golpes de faca prejudicaram o seu condicionamento físico, especificamente o seu coração, pois agora usa um marca-passo e toma regularmente remédios contra a dor (viciado). Fala como se sempre estivesse liderando um interrogatório, costuma olhar fixamente, antes de falar com as pessoas e sempre olha para o alto quando vai tomar uma decisão. Mora com dois cachorros da raça pastor alemão e prática tiro no seu quintal, nas horas vagas.

Contextualize os atributos da sua ficha com o seu background, dê significado aquele amontoado de "bolinhas" (pontos) que você preencheu. Na maioria das vezes, vejo vantagens e desvantagens que estão ali só pela mecânica, mas não representam nada sobre quem o personagem realmente é. Era clássico, na época eu jogava ativamente 3D&T, a galera comprava a desvantagem inimigo, ganhava 1 ou 2 pontos e não queria levar! (xD) Não havia registro do oponente no background, foi colocado ali só para ganhar pontos e não pela necessidade de criar um conflito pessoal no enredo.

O background é o ponta pé inicial na construção de personagens cativantes, mas não se esqueça que continuar desenvolvendo-o durante o jogo, sessão por sessão, que é onde de fato, a "mágica" acontece e nomes e feitos são lembrados eternamente!

E vocês, como fazem os seus background?

Sucesso decisivos a todos!

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